Abertura
Prato Amostra, Uma Raridade Museológica
Uma das últimas aquisições do Instituto para seu acervo museológico – o prato amostra cuja imagem ora reproduzimos – é uma peça emblemática do universo das chamadas louças brasonadas.
Trata-se de peça extremamente rara, que sequer figura nas coleções do Museu Histórico Nacional e do Museu Imperial, e da qual presentemente se conhece apenas mais um exemplar, que, como a denominação sugere, destinava-se a oferecer, nas casas importadoras de louças européias, no Rio de Janeiro, modelos de iniciais, monogramas e coroas para decoração de serviços de porcelana.
Sua serventia era evidente, pois dispensava a ida do interessado às próprias manufaturas, bastando encomendá-las, a gosto, no comércio importador, dada a variada tipologia de modelos que ali se oferecia.
Por outro lado, a própria disposição com que tais adereços figuram no prato, à volta do brasão imperial, ornado com os ramos de fumo e café, por si só já traduz o que com elas eventuais adquirentes pretendiam mostrar a familiares, convivas e serviçais: a identificação com a Corte, em torno da qual se propunham gravitar, a prova do reconhecimento de serviços e da nobilitação do sangue, às vezes desprovido de maiores foros, e, mesmo no caso de não titulares, o toque diferenciador de requinte social.
O hábito de brasonar, aqui tomado lato sensu (pois se trata de iniciais, monogramas e coroas e não de escudos), na realidade, não se limitou às porcelanas. Brasonou-se tudo. De papéis de carta a mobiliário. De cristais a sinetes. De louças de quarto a encadernações de livros. De cartões de visita a talheres. De leques a arreios de montaria. De frontões de solares a pedras tumulares. E, em vários casos, com os próprios brasões de armas.
Tratava-se, na verdade, de um novo paradigma de viver e receber, como Wanderley Pinho bem destacou em seu Salões e Damas do Segundo Reinado, aqui introduzido a partir da vinda da Família Real, e que teve larga aceitação na chamada aristocracia brasileira, conhecendo-se, presentemente, mais de 220 serviços de tais louças, sendo que 56 titulares, em levantamento feito, em 2000, tiveram mais de uma baixela. Quem deles fazia uso, pelo só fato de tê-los, já dava provas de um “pertencer”, como bem assinalou Dominique Poulot em seminário no MHN.
Francisco Marques dos Santos, que teve em seu acervo tal exemplar, o expôs na Exposição de Louça Brasonada realizada, em 1943, no Museu Nacional de Belas Artes (lote 146), reproduzindo-o, posteriormente, no livroAs Artes Plásticas no Brasil, coordenado por Rodrigo Mello Franco de Andrade (1952). De então até o presente, tal peça simplesmente havia desaparecido do mercado.
Tal prato, pelas informações que agrega, reveste-se, pois, de particular importância para os estudos de louça histórica no Brasil.
Administração
Atos do Presidente
– Edital nº 07/13, de 14 de maio – Convida os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária no dia 3 de julho, em primeira convocação às 12:00h, em segunda convocação às 14:00h, com o quorum previsto no art. 20º do Estatuto, com a seguinte ordem do dia: Revisão Estatutária – Art. 2º, 20º e 22º do Estatuto – Art. 1º do Regimento, Assuntos Gerais.
Representando o Instituto
– VII Reunião entre Observadores Consultivos e o Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em 26 de junho, em Lisboa – o sócio correspondente estrangeiro Antonio Manuel Dias Farinha.
Atividades de Junho
| 5 | 15h | CEPHAS com as comunicações: Os Açorianos no Rio de Janeiro – 1860-2000, por Judite Toste Evangelho, e O Brasil e o imaginário europeu quinhentista: Portugal e França, por Júlio Bandeira. |
| 17h | Sessão solene de posse do sócio correspondente estrangeiro Laurent Vidalque será recebido pelo sócio honorário Luiz Cláudio Aguiar e falará sobre: O deslocamento e a espera: outras Raízes do Brasil. | |
| 12 | 15h | CEPHAS com as comunicações: Índios e negros no salão de arte: a escultura de Louis Rochet e a representação étnica nas artes do século XIX, por Paulo Knauss de Mendonça, e Geopolítica e logística na Amazônia setecentista: sua difícil colonização e papel dos missionários, por Miranda Neto. |
| 19 | 15h | CEPHAS com as comunicações: O IHGB e a “Junta de História y Numismática Americana”: o papel integracionista da escrita da história (1910-1940), por Ana Paula Barcelos Ribeiro da Silva, e Mais vale prevenir que remediar: concepções sobre desastres urbanos no Rio de Janeiro no século XIX, por Anita Correia Lima. |
| 26 | 15h | CEPHAS com as comunicações: Lições de História: o passado brasileiro narrado nos guias de museus (1936-1955), por Carina Martins, e A escravidão no Vale do Paraíba pelas lentes do fotógrafo Marc Ferrez, por Mariana Muaze. |
Programação de Julho
| 3 | 15h | Sessão Temática – Visões recentes do IHGB na pesquisa universitária, com os temas: Vidas articuladas: os elogios históricos enquanto mimésis da ação, por Fabiana Dias, Memórias da Abolição: o papel dos Institutos Históricos e o lugar do negro na construção da História Nacional, por Livia de Lauro Antunes, e A “arca do sigilo” (1847-1889), por Isadora Maleval. |
| 10 | 15h | CEPHAS com as comunicações: Nicolau de Nazareth e a colonização mestiça em Angola (fins do século XVIII), por Roberto Guedes, e Simões Filho e o centenário do jornal A Tarde, por Edivaldo Machado Boaventura. |
| 17h | Sessão solene de posse do sócio correspondente brasileiro Sergio Paulo Muniz Costa que será recebido pelo sócio titular Jonas de Morais Correia Neto e falará sobre: O papel da História no Brasil contemporâneo. | |
| 17 | 14h | Seminário – Jerônimo de Albuquerque e a conquista do Maranhão. |
| 24 e 30 | Não haverá sessão da CEPHAS. |
Estatísticas
Frequência de consulentes: 78.
Corpo Social
Notícias de Sócios
Afonso Arinos foi um dos entrevistados para o filme “Os herdeiros de Vargas”, de Yaci Nunes e Daniel Zarvos Dia 18.
Antonio Manuel Hespanha foi homenageado com o Colóquio sobre Direito e História “Semeando Saberes em Além- Mar”, da UFPR. Dias 19 e 20.
Armando Alexandre dos Santos realizou palestra no XXIII Encontro Monárquico, no Rio de Janeiro, sobre Dom Luiz – um nome, uma esperança, uma promessa de realização. Dia 15.
Arnaldo Niskier asssina “Cérebro e computador”, sobre problemas na alfabetização infantil, em sua coluna de O Globo. Dia 4.
Arno Wehling, Cybelle de Ipanema e Miridan Britto Falci foram alguns dos entrevistados de Marieta de Moraes Ferreira em seu novo livro A História como ofício: a constituição de um campo disciplinar (FGV/ FAPERJ).
Carlos Eduardo Barata participou do programa de Roberto Justus, na TV Record, sobre Genealogia. Dia 24.
Getulio Pereira Neves publicou, no caderno Pensar, de A Gazeta, de Vitória, artigo sobre os 97 anos de fundação do IHGES. Dia 12.
Gilberto Freyre (†) é tema do recém lançado livro de Maria Lectícia Monteiro Cavalcanti Gilberto Freyre e as aventuras do paladar.
João Eurípedes Franklin Leal coordenou o 2º Congresso Brasileiro de Paleografia e Diplomática realizado no Rio de Janeiro. Dias 19 a 21.
José Almino de Alencar comentou, em artigo intitulado “A pé, qual cassaco”, no Jornal do Commercio do Recife, a dinâmica das relações inter-raciais no Brasil, a partir da 2ª metade do século XIX. Dia 30.
José Murilo de Carvalho foi um dos entrevistados por Roberta Jansen, deO Globo, sobre as semelhanças entre a Revolta do Vintém e os atuais protestos no Brasil. Dia 22.
José Octávio de Arruda Melo – mencionou em seu artigo na revista A Semana, nº.710, a visita do presidente do IHGB, Arno Wehling, ao Instituto Histórico de Campina Grande. Dia 28.
Laurent Vidal foi entrevistado pela radio televisão suíça (RTS) sobre Brasília. Dia 30.
Lilia Schwarrcz e José Murilo de Carvalho participaram, comFernando Henrique Cardoso, de debate, no Grande Auditório do Masp, sobre o lançamento do livro deste último (ver Destaque da Imprensa), prefaciado pelo 2º. Dia 25.
Luiz Felipe Lampreia comentou, em sua coluna de O Globo, as eleições no Irã. Dia 18.
Maria Beltrão assume a direção do Parque Paleontológico de São José de Icaraí, RJ, por ela fundado em 1995 com o geólogo Benedicto Rodrigues Francisco.
Maria de Lourdes Viana Lyra participou, em Brasília, do Fórum Mulheres sem Fronteiras, promovido pela Revista Persona Mulher, com a comunicação “Leopoldina de Habsburgo, protagonista da Independência”. Dia 26.
Maurício Vicente Ferreira Junior foi entrevistado por O Globo sobre a inscrição dos Diários de viagem de Dom Pedro II no Programa Memória do Mundo, da UNESCO. Dia 22.
Nelly Ferreira Candeias lançou 10 anos de memória paulista (2002-2012). Dia 19.
Roberto DaMatta assina, em sua coluna de O Globo, artigo “Revolta e futebol” sobre a atualidade brasileira. Dia 19.
Victorino Chermont de Miranda foi eleito para o Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO – MOWBrasil no biênio 2013-2014.
Destaque da Imprensa
O destaque do mês ficou para Fernando Henrique Cardoso, a duplo título: pelo lançamento, em 25 de junho, em São Paulo, de seu livro Pensadores que inventaram o Brasil (Cia. das Letras) e por sua eleição, três dias após, para a cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.
Com o 1º, voltou-se para a obra de dez intelectuais brasileiros, que mais de perto marcaram sua formação e o ajudaram a pensar o Brasil: Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Paulo Prado, Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior, Florestan Fernandes, Celso Furtado, Raymundo Faoro e Antonio Candido; com a 2ª, em consagradora votação, teve reconhecida sua condição de verdadeiro maître a penser, que há muito granjeara com seu livro “Dependência e desenvolvimento na América Latina”.
Ambos os fatos foram notícia em O Globo, nas edições de 22 e 28 de junho.
Posse de Sócio
Em solenidade, na Sala Pedro Calmon, realizou-se a posse solene do sócio correspondente Laurent Vidal, da França. Introduzido pelos sócios Guilherme Frota, Vera Cabana de Andrade e Dora Alcântara, o empossando prestou o compromisso regimental e recebeu o colar acadêmico de sua esposa. Isabel Crisóstomo. A saudação foi proferida porClaudio Aguiar, que destacou o “olhar plural” de Vidal nas obras que publicou sobre Nova Mazagão, Brasília e Rio de Janeiro, com importantes dados históricos, sociológicos e antropológicos. Vidal, por seu turno, discorrendo sobre o tema “O deslocamento e a espera: outras Raízes do Brasil”, a que se propusera, trouxe sua apreciação a respeito da formação brasileira e da identidade nacional, com reflexões sobre a obra de Sergio Buarque de Holanda e a criação daqueles núcleos. Ao encerrar a sessão, o presidente em exercício Victorino Chermont de Miranda leu a mensagem do presidente Arno Wehling, ausente em compromisso oficial, teceu comentários sobre a conferência e glosando a temática da “espera”, do novo sócio, disse da expectativa do Instituto por novas contribuições. A solenidade foi seguida de coquetel no terraço.
Instituições
Esta seção volta nas próximas edições.
Outras Notícias
– O presidente Arno Wehling, em visita à Paraíba, de 9 a 12 de junho, a convite dos Institutos Históricos da Paraíba e Campina Grande, proferiu conferência sobre o papel dos Institutos Históricos na preservação da memória e identidade brasileiras, nos diversos níveis da federação, no auditório da Federação das Indústrias do Estado – FIEP (dia 10). Na mesma oportunidade, entre outras atividades, visitou a futura sede do Instituto de Campina Grande, as instalações da FACISA e o Museu de Arte Assis Chateaubriand, foi entrevistado pelas televisões TV Paraíba (afiliada da Rede Globo), Itararé (afiliada da TV Cultura) e Borborema (afiliada do SBT), homenageado pela FIEP com um coquetel e participou de um café da manhã com historiadores e pesquisadores do IHGP e IHCG.
– Os Diários de viagem de Dom Pedro II, sob a guarda do Museu Imperial, foram inscritos, em 18 de junho, no Registro do Programa Memória do Mundo, da UNESCO, após passarem pelo crivo de um comitê formado por 22 personalidades de várias áreas, reunido na Coréia do Sul. Com esse registro, o Museu Imperial passa a ser a primeira unidade museológica do IBRAM a receber tal premiação.
Livros Recebidos
BOTELHO, André ; SCHWARCZ, Lília Moritz (Org.). Um enigma chamado Brasil : 29 intérpretes e um país. São Paulo : Companhia das Letras, 2009. 441 p.
CLÁUDIO, Afonso. História da propaganda republicana. Vitória : Graf. Espírito Santo, 2002. 163 p.
COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. Ensaio, organização e notas Ivan Teixeira. Rio de Janeiro : Academia Brasileira de Letras, 2013. 486 p.
DICIONÁRIO biográfico de construtores e artistas de Belo Horizonte : 1894-1940. Belo Horizonte : Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, 1997. 313 p.
EVANGELHO, Judite T. Os açorianos no Rio de Janeiro : 1850-2000. Rio de Janeiro : Letra Capital, 2012. 170 p.
FERREIRA, Jorge (Org.). O populismo e sua história : debate e crítica. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 2001. 380 p.
GALETTI, Lylia da Silva Guedes. Sertão, fronteira, Brasil : imagens do Mato Grosso no mapa da civilização. Cuiabá : EdUFMT : Entrelinhas, 2012. 399 p.
GOMES, Angela de Castro. Em família : a correspondência de Oliveira Lima e Gilberto Freire. Campinas : Mercado de Letras, 2005. 295 p.
GOMES, Angela de Castro (Org.). Personagens e imagens de uma cidade. Rio de Janeiro : Mauad, 2001. 138 p.
LEITE, Miriam Moreira. Retratos de família : leitura da fotografia histórica. 3. ed. São Paulo : Edusp, 2001. 192 p.
MARIETTE, Pierre-Jean. Catalogues de la Collection d’Estampes de Jean V, roi de Portugal. Lisbonne : Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. 3 v.
MAUAD, Ana Maria ; GOMES, Angela e Castro (Org.). Memória : imigração espanhola em Niterói. Niterói : Niterói Livros, 2008. 224 p.
MONTEIRO, Duglas Teixeira. Os errantes do novo século : um estudo sobre o surto milenarista do Contestado. São Paulo : Edusp, 2011. 288 p.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi : VELLOSO, Mônica Pimenta ; GOMES, Angela de Castro (Org.). Estado Novo : ideologia e poder. Rio de Janeiro : Zahar, 1982. 166 p.
SABOIA, Patrícia. O Vale do Cuiabá e a região serrana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro : Reler, 2012. 148 p.
SANTOS, Estilaque Ferreira dos. Américo Buaiz. Vitória : Espírito Santo em Ação, 2011. 417 p.
___ . José de Melo Carvalho Muniz Freire. Vitória : Espírito Santo em Ação, 2012. 600 p.
SIRKIS, Alfredo. Os carbonários. 14. ed. Rio de Janeiro : Record, 1998. 416 p.
VIDAL, Laurent. De Lisboa a Brasília : a invenção de uma capital : (séculos XIX-XX). Tradução Florence Marie Davert. Brasília : Ed. UnB, 2009. 351 p.
___ . Mazagão : a cidade que atravessou o Atlântico : de Marrocos à Amazônia : (1769-1783). Tradução Manuel Ruas. Lisboa : Teorema, 2007. 318 p.
Algumas Pesquisas
AGOSTINHO, Michele de Barcelos (Mestranda) - Museu Nacional. Assunto: Ladislau Netto. Finalidade: pesquisa de mestrado.
CARVALHO, Paulo Lopes de (Universitário) - UNIVERCIDADE. Assunto: Estrada Velha da Pavuna. Finalidade: pesquisa/estágio.
DERGAN, João Marcelo Barbosa (Universitário) - UFRJ. Assunto: história de Belém do Pará e das ilhas do Pará. Finalidade: pesquisa acadêmica.
FRANKEN, Daniel William (Universitário) - Universidade da Califórnia. Assunto: história econômica, alimentação. Finalidade: PhD.
GOMES, Nilo Sergio (Jornalista/ Professor Universitário) - UFRJ. Assunto: imprensa em 1822-1823. Finalidade: tese de doutorado.
KLÔH, Fernanda da Mota (Universitária) - UFRJ. Assunto: João Antonio Coqueiro. Finalidade: pesquisa acadêmica.
LESCHICO, Nadia Miranda (Designer Gráfico/ Doutorando) - PUC – Rio. Assunto: Graf Zeppelin. Finalidade: tese de doutorado).
MACHADO, Bruno Amadeu (Universitário) - EAU – UFF. Assunto: Gasômetro de São Cristóvão, Parque Lage. Finalidade: pesquisa acadêmica.
MAURER, Rodrigo (Historiador) - UNIPAMPA – Campus São Borja, RS. Assunto: Cônego Gay. Finalidade: pesquisas históricas.
SANTOS, Felipe Martins dos (Pesquisador) - ACERP – Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto. Assunto: Arquivo Privado Paulo de Frontin. Finalidade: monografia.
SILVA, Adriana Rodrigues (Investigadora) - Universidade do Minho. Assunto: contabilidade na escravatura. Finalidade: tese de doutorado.
SOUZA, Vanessa Gonçalves Bittencourt de (Universitária) - UFF. Assunto: Coleção Carlos Sampaio. Finalidade: realização de trabalho monográfico.
VENANCIO, Renato Pinto (Professor Universitário) - UFMG. Assunto: Milliet de Saint-Adolphe. Finalidade: apresentação da nova edição do Dicionário histórico-geográfico de Milliet de Saint-Adolphe.
Escrita da História
“A conexão do mundo espiritual desperta o sujeito e o movimento do espírito para definir a conexão de significado deste mundo é o que relaciona os processos lógicos isolados uns com os outros. Assim, por um lado este mundo espiritual é criação do sujeito que percebe, mas por outro o movimento do espírito dirige-se para alcançar um saber objetivo nesse mundo. Enfrentamos assim o problema de como a estruturação do mundo espiritual torna possível no sujeito o saber da efetiva realidade espiritual.
Caracterizei previamente esta tarefa como uma crítica da razão histórica.
Essa tarefa somente pode se realizar quando se separam as diferentes ações individuais que operam conjuntamente para a criação desta conexão e quando pode-se mostrar que papel tem cada uma delas na estruturação do desenrolar histórico no mundo espiritual e na descoberta de seu funcionamento.”
Wilhelm Dilthey, Entwürfe zur Kritik des historischen Vernunft. Erleben, Ausdruch und Verstehen, in Hans-Ulrich Lessing (ed.), Texte zur Kritik des historischen Vernunft, Göttingen, Vandehoech & Ruprecht, 1983, p. 35.