Abertura

Av. Augusto Severo, nº 8 - Glória - 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ.
Edição: Victorino Chermont de Miranda - Colaboração: Arno Wehling
Só os nomes dos sócios do IHGB são grafados em negrito
Informações para o Noticiário também pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

DOIS SEMINÁRIOS E UMA NOVA EDIÇÃO DO CURSO DE PALEOGRAFIA:
O BALANÇO DO 3º TRIMESTRE

O trimestre foi assinalado pela realização dos seminários “Águas e Patrimônio Cultural”, de 13 e 14 de agosto, e “250 anos da Passagem de Humaitá: história, memória e representações”, em 27 de setembro.

ihgb noticiario 325 01O primeiro deles, organizado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural – INEPAC, em parceria com o IHGB, visando assinalar 2018 como o Ano do Patrimônio das Águas, trouxe à discussão pontos essenciais para a valorização do patrimônio cultural relativo ao abastecimento de água e ao imaginário relativo ao tema, assim como os riscos que o ameaçam, como poluição, destruição de sítios históricos e privatização de recursos, dentre outros.

Composto de três mesas, e tendo por coordenador o diretor geral do INEPAC, Marcus Monteiro, o evento foi aberto pelo 1ª vice-presidente do IHGB, Victorino Chermont de Miranda, presentes os Secretários de Estado da Cultura e Educação, Leandro Monteiro e Wagner Victer e o consultor do IPHAN e da UNESCO para a Gestão compartilhada do Patrimônio Cultural Brasileiro, Hoyuela Jayo.

ihgb noticiario 325 02A primeira mesa teve por tema “Aspectos históricos do abastecimento de água no Rio de Janeiro” e como moderador o presidente da Fundação Rio Águas, Cláudio Barcelos Dutra e participantes os arquitetos Vera Dias, Roberto Anderson e Carlos Fernando de Moura Delphim; a segunda, sobre “Cursos D’Agua”, moderador o arquiteto Vicente Loureiro e integrantes a jornalista Silvana Gontijo, o biólogo Mario Moscatelli e a paisagista urbana Cecília Herzog e a terceira, sobre “Água, ativo econômico ou bem comum?”, como moderadora a gerente de macro-planejamento da Secretaria Municipal de Urbanismo, Mônica Bahia Schlee e participantes o engenheiro Paulo Canedo, a urbanista Ana Lúcia Britto e a arquiteta Estela Neves.

O segundo seminário, organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, em parceria com o IHGB, visou assinalar o sesquicentenário da tomada da Fortaleza de Humaitá, às margens do Rio Paraguai, na Guerra da Tríplice Aliança. O evento foi aberto pelo presidente Arno Wehling e desdobrou-se em duas mesas redondas e uma conferência de encerramento.

A primeira delas teve por tema “A Passagem de Humaitá: táticas e tecnologias bélicas”, com a participação dos professores Leandro José Clemente Gonçalves (IFSP) e Eduardo Nakayama (APH/ IGHMB/ IIHCC) e mediação do professor Fernando Velôzo Gomes Pedrosa (ECEME) e a segunda o tema “Representações de Humaitá”, integrada pela mestra Patrícia Miquilini Gomes (DPHDM) e pela professora Maraliz de Castro Vieira Christo (UFJF) e mediada por Guilherme de Andrea Frota.

ihgb noticiario 325 03A conferência de encerramento ficou a cargo do historiador Francisco Doratioto, e a alocução final com o diretor do DPHDM, vice-almirante José Carlos Mathias.

O terceiro evento do trimestre foi a realização do V Curso de Paleografia, coordenado por João Eurípedes Franklin Leal, com sete aulas teóricas, distribuídas pelos meses de agosto a setembro, seguidas de vinte aulas práticas relativas às temáticas abordadas.

A oitava aula tratará das Interseções da Paleografia com a Diplomática e a História, em 2 de outubro.

O curso contou com a participação de Arno Wehling, Walmar Pamplona (UNIRIO) e Miridan Brito Falci.

Administração

O LUTO DO BRASIL POR UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

O incêndio do Museu Nacional, na noite de 2 de setembro, cobriu de luto, pasmo, vergonha e revolta os meios culturais do país, pois só a incúria do Poder Público pode explicar tamanha catástrofe.

O IHGB fez eco a tal sentimento na nota oficial divulgada pelo presidente Arno Wehling, na manhã de 03 setembro 2018, que ora transcrevemos e que interpreta, à perfeição, o sentimento nacional:

O incêndio do Museu Nacional e a perda de suas coleções numa escala ainda não dimensionada, mas certamente muito extensa, é a maior tragédia ocorrida na história da cultura do Brasil. Os efeitos para a pesquisa científica, a educação e a formação cultural da sociedade brasileira são incomensuráveis. Esse evento funesto ficará nos registros não apenas do Brasil, mas da humanidade como outras grandes perdas semelhantes ao longo da história.

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, instituição coirmã do Museu Nacional, completando seus 180 anos de fundação, sente-se profundamente ferido pelo que aconteceu.

O IHGB indaga da sociedade e dos agentes públicos e privados envolvidos com a ciência e a cultura, até quando situações como esta cairão sobre nós?

Esperamos que o trauma não se desvaneça na indiferença. Que corresponda a uma efetiva reação para que se reconstitua o que for possível do Museu Nacional; e ainda que se aprenda com a experiência – já que as advertências anteriores não parecem ter encontrado muito eco – de modo a evitar novas tragédias.

Consciência social que valorize os acervos, responsáveis por boa parte de nossa memória e identidade como povo; políticas públicas que efetivamente apoiem e viabilizem as instituições, oficiais e privadas, que a esse fim se dedicam. São comportamentos sem os quais apagaremos de nossa vivência coletiva as experiências passadas, vivendo em horizontes cada vez mais restritos e anulando nossa identidade.

O IHGB, casa que se constituiu para pensar o Brasil e detentora de importante acervo sobre ele, espera que finalmente aprendamos a preservar o passado para viver o presente e projetar o futuro.

Que não haja outra tragédia, anunciada ou não, na cultura brasileira.

Arno Wehling
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB

ATOS DO PRESIDENTE

– Edital nº 03/18, de 10 de julho – declara aberta a vaga no quadro de sócios eméritos em decorrência do falecimento do sócio José Pedro Pinto Esposel.

– Edital nº 04/18, de 29 de agosto – declara aberta a vaga no quadro de sócios eméritos em decorrência do falecimento do sócio Edivaldo Machado Boaventura.

– Edital nº 05/18, de 14 de setembro – declara aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 04 (quatro) vagas de sócio emérito em razão do falecimento dos sócios João Hermes Pereira de Araújo, Luiz de Castro Souza, Walter Fernando Piazza e Antonio Gomes da Costa, observando-se os procedimentos estabelecidos no artigo 2º do Estatuto.

– Edital nº 06/18, de 14 de setembro – declara aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 05 (cinco) vagas de sócio titular em razão do falecimento dos sócios Evaristo de Moraes Filho, Paulo Werneck da Cruz, Helio Leoncio Martins e Helio Jaguaribe de Mattos e pela transferência de categoria da sócia Marilda Correa Ciribelli , observando-se os procedimentos estabelecidos no artigo 2º do Estatuto.

– Edital nº 07/18, de 14 de setembro – declara aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 05 (cinco) vagas de sócio correspondente brasileiro em razão do falecimento dos sócios Hildebrando Campestrini e Luiz Alberto Moniz Bandeira e, da ampliação do número de vagas observando-se os procedimentos estabelecidos no artigo 2º do Estatuto.

– Portaria nº 15/18, de 01 de outubro – Regulamenta o Estágio de Pós-Doutoramento do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e dispõe sobre requisitos e procedimentos para seu funcionamento.

– Portaria nº 16/18, de 01 de outubro – Designa os sócios Arno Wehling, Lucia Maria Paschoal Guimarães e Antonio Celso Alves Pereira para compor a Comissão de Pós- Doutoramento, sob a coordenação do primeiro.

ATIVIDADES DE JULHO

4 15h

CEPHAS com as comunicações: Rondon e o Positivismo, por Lorelai Kury, e Desbravando o sertão: a história natural na Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas, por Magali Romero Sá.

18 17h

Sessão solene de posse do sócio honorário brasileiro Joaquim de Arruda Falcão Neto que foi recebido pelo sócio titular Victorino Chermont de Miranda e falou sobre A viagem da Carta Magna da Inglaterra para o Brasil.

25 15h

Apresentação e lançamento do livro “Clamar agitar sempre”: os radicais da década de 1860, por José Murilo de Carvalho, Christian Lynch e José Mário Pereira.

ATIVIDADES DE AGOSTO

1 15h

CEPHAS com as comunicações: As condecorações honoríficas na primeira década após a Independência, por Camila Borges, e As contradições da mente liberal: Liberais, liberdade de comércio e privilégios corporativos em Portugal (1820-1823), por Miguel Cruz.

1 17h

Sessão solene de posse do sócio honorário brasileiro Pedro Pinchas Geiger que foi recebido pelo sócio titular Victorino Chermont de Miranda e falou sobre Cinco Temas.

8 15h

CEPHAS com as comunicações: Araujo Porto-Alegre e a Música: ideias e projetos, por Gilberto Vieira, e Nova Friburgo – 200 anos, por Miranda Neto.

15 15h

CEPHAS com as comunicações: Russos em Revista: a revolução russa nas revistas ilustradas brasileiras, por Luciene Carris e Andréa Casanova, e Portugal segundo o Brasil, por Roberto Acízelo e José Luís Jobim.

22 15h CEPHAS com as comunicações: A moda praia brasileira no século XX: influências e singularidades, por Jean Pierre Blay, e Manuel Bandeira: um artesão do simples, por José Almino de Alencar.
29 15h CEPHAS com as comunicações: Um clássico entre clássicos: Machado de Assis, por Marta de Senna, e O Barão de Penedo: a atuação de Carvalho Moreira no cenário internacional entre 1852-1889, por André Senna.

ATIVIDADES DE SETEMBRO

5 15h

CEPHAS com as comunicações: Do exílio ao panteão: D. Pedro II e seu reinado sob olhares republicanos, por Luciana Fagundes, e Dentro do quadro, sobre a tela: Cultura Visual e pinturas históricas no filme Independência ou morte ( Carlos Coimbra, 1972), por Carlos Eduardo Pinto de Pinto.

12 15h

CEPHAS com as comunicações: A arbitragem comercial internacional no Brasil: Da Liga das Nações à Rota da Seda, por José Pedro Parreiras Horta, e Histórias das imagens em repatrimonialização de acervos: o tratado de gravura do Arco do Cego, por Rogéria Moreira de Ipanema.

19 15h

Sessão temática – “De Ferro e Fogo”: Edoardo De Martino, as representações da civilização e a Guerra do Paraguai, por Fernanda Deminicis e Marcello Loureiro.

26 15h CEPHAS com as comunicações: Os quatro séculos do passamento de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, por Paulo de Albuquerque Maranhão, e Um sábio na Ilha do Governador, por Cybelle Moreira de Ipanema.

ESTATÍSTICAS

Frequência de consulentes: 215

Corpo Social

NOTÍCIAS DE SÓCIOS

Arno Wehling proferiu a conferência de encerramento do III Simpósio Nacional de História Militar promovido pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército – Escola Marechal. Castello Branco (Dia 17 ago.) e participou do X Congresso Brasileiro de História do Direito na USP, São Paulo (Dias 3 a 5 set.).

Carlos Francisco Moura apresentou, na sessão conjunta do Real Gabinete Português de Leitura, do Instituto Internacional de Macau – IIM e do Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia Pacífico – IBECAP, a obra Colecionismo Orientalista como resultado de um processo de interação cultural entre China, Macau e Portugal, de Caroline Pires Ting. Dia 27 set.

Cícero Sandroni coordenou, na ABL, o Seminário Brasil, brasis, com o tema “O livro: a aventura não terminou”, com a participação dos editores Paulo Rocco e Janaína Senna. Dia 28 ago.

João Eurípedes Franklin Leal foi eleito sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História.

Lucia Maria Pascoal Guimarães realizou palestra “Recordando casos e perfis” – Petrópolis na crônica de Max Fleiuss”, na sessão comemorativa dos 80 anos de fundação do Instituto Histórico de Petrópolis. Dia 24 set.

Mary Del Priore realizou palestra “Mudanças no consumo e no cotidiano de cariocas entre os anos 60 e 80, no Ciclo Alma Carioca”, promovido pela Academia Carioca de Letras. Dia 24 ago.

Miranda Neto teve publicado, na Revista do IHGRJ (2018), o artigo “O Enigma Guaraciaba – Um barão negro, empresário no Brasil imperial”.

Miridan Brito Falci assina, na mesma revista, resenha sobre a 2ª edição do livro A Família Chermont – Memória Histórica e Genealógica, de Victorino Chermont de Miranda.

Roberto DaMatta examinou, em sua coluna em O Globo, os efeitos deletérios da polaridade no processo político. Dia 26 set.

Sergio Paulo Muniz Costa analisou, em três artigos, no Diário do Comercio, de São Paulo, as eleições de 2018. Dias 12,18 e 20 set.

Victorino Chermont de Miranda lançou o tomo X de seu livro Iconografia e Bibliografia dos Titulares do Império – Títulos de letras T a W e adendo aos títulos anteriores.

Outras Notícias

POSSES DE SÓCIOS

Realizaram-se, em 18 de julho e 1 de agosto, sob a presidência de Arno Wehling, as sessões solenes de posse do jurista Joaquim de Arruda Falcão Neto e do geógrafo Pedro Pinchas Geiger como sócios honorários do IHGB.

ihgb noticiario 325 09ihgb noticiario 325 10A primeira das solenidades teve lugar no Salão Nobre. Joaquim, eleito em dezenove de julho de 2017, foi introduzido no recinto pelos sócios Marcos Vilaça, Luiz Felipe de Seixas Correa e Vera Lucia Tostes, que o conduziram à mesa-diretora para a leitura do compromisso regimental, assinatura do termo de posse e recepção do colar acadêmico, que lhe foi colocado por sua mulher Viviane Falcão.

Coube a Victorino Chermont de Miranda o discurso de recepção, traçando-lhe o perfil como intelectual, jurista dos tempos novos, já agora também festejado como analista político, historiador, militante do Patrimônio Cultural e verdadeiro esteta da “pernambucanidade”. Joaquim, em sua fala, discorreu sobre a Magna Carta do rei João, da Inglaterra, e sua significação para a história dos Direitos Humanos.

O segundo, eleito em dezenove de julho de 2017, tomou posse na Sala Pedro Calmon, sendo introduzido pelos sócios Marcílio Marques Moreira, Maria de Lourdes Viana Lyra e Cybelle Moreira de Ipanema, e cumpriu o ritual acadêmico, recebendo a insígnia de sua mulher, Anna Bella Geiger.

Coube igualmente a Victorino o discurso de saudação, no qual destacou o pioneirismo do empossando no campo da Geografia Quantitativa, sua atuação como professor universitário no Brasil e no exterior e sua produção científica, situando-o como um dos grandes ícones da Geografia brasileira. Geiger, em seu discurso, abordou cinco temas caros à sua cosmovisão e, especialmente, o papel da Geografia e da História nos dias atuais.

Ambas as solenidades foram seguidas de coquetéis oferecidos pelos empossandos, no terraço do Instituto.

SÓCIOS FALECIDOS

ihgb noticiario 325 08Duas sentidas perdas registrou o Instituto neste trimestre: Edivaldo Machado Boaventura, em 23 de agosto, em Salvador, e Hélio Jaguaribe Gomes de Mattos, em 9 de setembro, no Rio de Janeiro. A elas veio somar-se, com atraso, a notícia do falecimento, em 28 de abril, em Goiânia, de José Mendonça Teles.

Jornalista, professor, escritor e orador, Edivaldo nasceu a 10/12/1933 em Feira de Santana, Salvador. Bacharel em Direito e Ciências Sociais, obteve a livre docência pela UFBA e os títulos de mestre e Ph.D em Educação pela Universidade da Pensilvânia, EUA. Lecionou na Escolade Administração da UFBA, transferindo-se depois para Faculdade de Educação, de que foi um dos fundadores. Foi pró-Reitor da Ufba, secretário de Educação, diretor do jornal A Tarde, membro das Academias Brasileira de Educação, de Letras e de Ciência da Bahia, do IGHBA, do PEN Clube do Brasil e das Academias Portuguesa da História e de Ciências de Lisboa. Autor de 40 livros, dentre os quais Castro Alves: um parque para o poeta, A construção da Universidade baiana: origens, missão e afrodescendência e das biografias de Pedro Calmon e Jorge Calmon. Ingressou no IHGB em 1989 como honorário, passando a correspondente brasileiro em 1999 e a emérito em 2012.

ihgb noticiario 325 11Hélio Jaguaribe nasceu a 25/04/1923 no Rio de Janeiro. Bacharel em Direito pela PUC-Rio, voltou-se para as Ciências Sociais, fundando o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política – IBESP e, posteriormente, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, Em 1964, afastou-se do país e passou a lecionar nos EUA, em Harvard (1964-66), Stanford (1966-67) e no MIT – Massachussets Institute of Tecnology (1968-1969). De volta ao Brasil, passou a lecionar na UCAM, de que foi diretor de Assuntos Internacionais. No final do governo Collor, foi Secretário de Governo. Publicou, dentre outros, A Critical Study of History, em 2 volumes, sob os auspícios da UNESCO, depois publicado em português e espanhol. Era Doutor Honoris Causa das Universidades de Gutemberg, em Mainz, RFA, da UFPB e de Buenos Aires e membro da ABL. Ingressou no IHGB como honorário em 1994, passando a titular em 2004. Era filho de nosso também sócio, gen. Francisco Jaguaribe de Matttos.

ihgb noticiario 325 12Historiador, cronista e professor, Mendonça Teles nasceu em Hidrolândia, GO, 25/03/1936. Foi secretário de Cultura de seu estado natal e autor do Hino Oficial de Goiás. Presidiu por longos anos o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e a Academia Goiana de Letras. Autor de mais de 30 livros, dentre os quais A Cidade do Ócio, Dicionário do Escritor Goiano, Memórias Goianenses, A Vida de Pedro Ludovico e Crônicas Vilaboenses. Ingressou no IHGB em 1999 como sócio correspondente.

IHGB RECEBE O ARQUIVO DA MESBLA

ihgb noticiario 325 13O IHGB incorporou, pela primeira vez, a seu acervo um arquivo empresarial – o da Mesbla – tradicional empresa do comércio de varejo, instalada em 1912, no Rio de Janeiro, como filial da firma Mestre & Blatgé, de Paris, e extinta em 1999, doado pela família Henrique de Botton, seu depois presidente.

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Localizada na Rua do Passeio, na vizinhança de nossa sede, a Mesbla marcou não apenas a história do comércio brasileiro, com filiais e escritórios em diversas cidades, como a própria paisagem carioca, com a bela estrela de luzes de Natal da torre de seu relógio, e seus carrilhão, restaurante panorâmico e cine-teatro.

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Fundada por Louis La Saigne, chegou a operar com 13 filiais, lojas de varejo e agências de vendas e mais de 8.000 funcionários, em pontos estratégicos do país, recebendo os prêmios da National Retail Merchants Association (1974) e da Revista Exame: melhor do comércio varejista (1986).

De seu pioneirismo empresarial registrem-se o lançamento dos primeiros carros Buick e Cadillac no Brasil (c.1919), da marca Frigidaire (1925) e do sistema de “luz fria” (1939), assim como a comercialização de aviões, por meio de uma subsidiária internacional (1940) e a conversão de automóveis, no período da 2ª Guerra Mundial, para uso do gasogênio.

O arquivo compõem-se de farta documentação societária, catálogos de divulgação dos produtos comercializados, diplomas, noticiário de imprensa e riquíssimo acervo fotográfico. Dentre as peças recebidas, um bronze com a efígie do fundador, e um curioso marcador de tempo e temperatura do Serviço de Meteorologia, do Ministério da Agricultura, que, na entrada do prédio, ficava conectado à antiga torre.

LIVROS RECEBIDOS

ALBUQUERQUE, Roberto Chacon de. Albuquerque e Nassau: origens e perfis: Portugal, Espanha, Brasil, Alemanha, Países Baixos. Rio de Janeiro: Topbooks, 2018. 393 p.

CORTESÃO. Jaime. Influência dos descobrimentos portugueses na história da civilização. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1997. 117 p.

___. Os descobrimentos pré-colombinos dos portugueses. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1997. 216 p.

___. A política de sigilo nos descobrimentos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1997. 122 p.

FAGUNDES, Luciana Pessanha. Do exílio ao Panteão: D. Pedro II e seu reinado sob olhares republicanos. 1. ed. Curitiba: Prisma, 2017.

FLORES, Maria da Conceição. Os portugueses e o Sião no século XVI. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995. 179 p.

FRIAÇA, Guilherme José Roeder. Mulheres diplomatas no Itamaraty (1918-2001): uma análise de trajetórias, vitórias e desafios. Brasília: FUNAG, 2018. 375 p.

GODINHO, Rodrigo de Oliveira. A OCDE em rota de adaptação ao cenário internacional: perspectivas para o relacionamento do Brasil com a organização. Brasília: FUNAG, 2018. 303 p.

HATTON, Barry. Os portugueses. Tradução Pedro Vidal. 4. ed. Lisboa: Clube do Autor, 2004. 314 p.

MACKENNEY, Richard. La Europa del siglo XVI: expansión y conflicto. Traducción de Fernando Bouza. Madrid: Akal, 1996. 416 p.

MARTINS, Roberto R. Porto Seguro: história de uma esquecida capitania. Salvador: Alba, 2018. 476 p.

MOREIRA, Gabriel Boff. A política regional da Venezuela entre 1999 e 2012: petróleo, integração e relações com o Brasil. Brasília: FUNAG, 2018. 342 p.

NISKIER, Arnaldo. Educar para um tempo melhor. Rio de Janeiro: CNC, 2018. 284 p.

SERRÃO, Joaquim Veríssimo. O tempo dos Filipes em Portugal e no Brasil: (1580-1668). Lisboa: Colibri, 1994. 343 p.

SLOBODA, Pedro M. A síndrome de Brás Cubas: sanções unilaterais e a responsabilidade internacional dos estados. Brasília: FUNAG, 2018. 328 p.

SOUZA, José Araújo de. A conquista do Cuieté. Vitória: Cousa, 2018. 398 p.

TAVARES, Rogério Farias. Contribuições para a história do IHGB: entrevistas concedidas a Rogério Faria Tavares. Belo Horizonte: Ed. do Autor, 2018. 683 p.

ALGUMAS PESQUISAS

BIATTO, Eduardo (Doutorando) – UFRJ. Assunto: textos de Machado de Assis. Finalidade: tese de doutorado

BLANC, Jacob (Professor) – Universidade de Edimburgo. Assunto: história da Coluna Prestes. Finalidade: livro acadêmico

BORGES, Isabela Melim (Doutoranda) – Universidade Federal de Santa Catarina. Assunto: poesia brasileira. Finalidade: tese de doutorado

CARVALHO, José Murilo de (Historiador). Assunto: fanatismo religioso.Finalidade: livro.

FELIPPE, Alexandre (Universitário) – UFF. Assunto: usinas de açúcar. Finalidade: monografia.

FONTES, Ivan José de Azevedo (Escritor). Assunto: revolução constitucionalista de 1932. Finalidade: livro.

FREIRE, Karen (Mestranda) – FAU-USP. Assunto: imagens de Thomas Ender. Finalidade: arquitetura negra no Brasil, século XVIII.

LEMOS, Ana Carolina Cunha (Mestranda) – UERJ. Assunto: arte. Finalidade: dissertação de mestrado

OLIVEIRA, Camila Ferreira P. de (Doutoranda) – Universidad Nacional de Rosário, Argentina. Assunto: pan-americanismo. Finalidade: tese de doutorado.

PANTOJA, Igor (Doutorando) – UERJ. Assunto: Baixada Fluminense. Finalidade: doutorado.

PEREIRA, João Marcos Rocha (Universitário) – UERJ. Assunto: história das ciências. Finalidade: bolsa de IC FAPERJ.

PORTELA, Salvador Antonio (Empresário/Engenheiro civil) – Assunto: gravadores da Casa da Moeda. Finalidade: identificação das moedas cunhadas por Augusto Giorgio Girardet.

PORTOLESE, Francesco (Mestrando) – Universitá Cattolica del Sacro Cuore, Milano. Assunto: imigração italiana. Finalidade: tese de mestrado.

RIBEIRO, Ana Beatriz M. (Mestranda) – Escola Nacional de Botânica Tropical – JBRJ. Assunto: parques nacionais. Finalidade: mestrado

SÁ. Patrícia Martins de (Mestranda) – UNIRIO. Assunto: Cosme Velho, Largo do Boticário. Finalidade: dissertação de mestrado.

SILVA, Felipe O da. (Mestrando) – UFRJ. Assunto: questões florestais. Finalidade: dissertação de mestrado.

SILVA, Maria Evangelista da (Mestranda) – UFRJ. Assunto: Imperatriz Leopoldina. Finalidade: tese de mestrado.

SILVA, Marly Antonia Silva da (Professora) – UFPA/Tucurui. Assunto: Pará. Finalidade: elaboração de tese.

SOUZA, Charles dos Santos (Universitário) – UFRRJ. Assunto: Inquisição. Finalidade: monografia.

SOUZA, José dos S. (Doutorando) – UFBA. Assunto: Bahia. Finalidade: tese de doutorado

CLÁSSICOS DA HISTÓRIA

... a História pragmática se compõe de três partes, sendo uma delas o estudo diligente de memórias e outros documentos e a comparação de seu conteúdo, a outra o reconhecimento de cidades, lugares, rios, lagos e em geral todas as peculiaridades da terra e do mar e as distâncias de um lugar a outro, e a terceira a análise dos eventos políticos. À semelhança do que acontece na medicina, muitas pessoas aspiram a escrever obras históricas por causa do alto conceito em que é tida essa ciência, mas a maioria não traz para a tarefa qualquer qualificação necessária, à exceção da vontade, da ousadia e da leviandade, cortejando a popularidade como os comerciantes e dizendo sempre tudo que lhes pareça oportuno com vistas a cair nas graças dos leitores, para terem assim um meio de vida. Algumas delas, aparentemente qualificadas para empreender a composição de uma obra histórica, depois de consumir muito tempo nas bibliotecas e acumular assim uma vasta erudição haurida em memórias e documentos, persuadem- se a si mesmas de que estão convenientemente credenciadas para a execução da tarefa, a exemplo dos médicos teóricos, dando a impressão de estar suficientemente preparadas para oferecer uma contribuição à História pragmática, embora na minha opinião os seus subsídios sejam apenas parciais. Com efeito, sem dúvida perscrutar velhas memórias é útil para o conhecimento das opiniões dos antigos e das noções anteriores acerca das condições dos lugares, dos povos, dos Estado e do eventos, e também para a percepção das crises e das vicissitudes pelas quais passaram os povos no passado. Os eventos pretéritos nos levam a dar a devida atenção ao futuro, se realmente efetuamos uma pesquisa séria do passado em cada caso. Mas crer, como Tímaios, que confiando apenas no conhecimento adquirido dessa maneira alguém pode escrever bem a história de eventos subsequentes é prova de total ingenuidade, e é exatamente como se um homem que tivesse visto as obras dos pintores antigos se considerasse um pintor talentoso e um mestre nessa arte.

Políbios, História,
Brasília: UNB, 1985, pp. 416-417.