Abertura

IHGB realiza curso sobre o centenário do início da Guerra do Paraguai

Em rememoração do centenário do início da Guerra do Paraguai, o IHGB realizou de 11 a 19 de maio, um curso com dez palestras e sessões de debates, reunindo pesquisadores e especialistas em história militar e diplomática.

Aberto pelo presidente Arno Wehling, o evento teve, na primeira sessão, as comunicações de Francisco Doratioto (As origens da Guerra do Paraguai) e Adriana Barreto (O Exército brasileiro às vésperas da Guerra do Paraguai), seguindo- -se, no dia seguinte, as de Sérgio Paulo Muniz Costa (A Guerra da Tríplice Aliança: último ato da Guerra dos Cem Anos no Prata) e Mary del Priore (O conde d’Eu e a Guerra do Paraguai).

Na terceira sessão, fizeram-se ouvir Guilherme de Andrea Frota, que discorreu sobre Humaitá segundo o Visconde de Inhaúma, e Armando de Senna Bittencourt sobre Operações conjuntas e combinadas na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, e na subsequente, Ricardo Salles e Marco Antonio Cunha, que falaram, respectivamente, sobre A Guerra do Paraguai no espelho da Guerra da Secessão e Castigo ou redenção? O negro e o exército brasileiro na Campanha da Tríplice Aliança.

O último dia contou com as apresentações de Vasco Mariz e Luiz Felipe de Seixas Corrêa, o primeiro abordando o tema Refutando calúnias sobre a Guerra do Paraguai e o segundo A Guerra do Paraguai na História Diplomática do Brasil.

Uma exposição de litografias, mapas, livros e peças do acervo do IHGB em 24 módulos, organizada pelo Museu, ilustrou o evento na Sala Barão do Rio Branco.

Administração

Noticiário de Administração

Atos do Presidente

– Edital nº 03/15, de 13 de maio – convida os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária no dia 27 de maio, em primeira convocação às 13:30h, em segunda convocação às 14:30h, com o quorum previsto no art. 20 do Estatuto, com a seguinte ordem do dia: Prestação de Contas 2014; Previsão Orçamentária 2015; Assuntos Gerais.

– Edital nº 04/15, de 21 de maio – declara aberta a vaga no quadro de sócios eméritos em decorrência do falecimento da sócia Consuelo Pondé de Sena.

Representando o Instituto

– Cerimônia de lançamento, na ABL, do livro Visões da Obra de Helio Jaguaribe, reunindo palestras proferidas no seminário realizado, em 2013, pela FUNAG e o IHGB sobre o referido pensador, entre outros por Candido Mendes e Celso Lafer - o presidente Arno Wehling.

Atividades de Maio

Programação de Junho

Estatísticas

Frequência de consulentes: 110.

Corpo Social

Notícias de Sócios

Candido Mendes e Sergio Paulo Rouanet participaram de mesa-redonda, na ABL, sobre “O Estado Islâmico e a ruptura do multiculturalismo”. Dia 28.

Celso Lafer tomou posse na Academia Paulista de Letras. Dia 14.

Cybelle de Ipanema inaugurou a série de vídeos dos 90 anos do jornal O Globo. Dia 1.

Fernando Henrique Cardoso recebeu, em Nova York, o título Personalidade do Ano, pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Dia 12.

Isabel Lustosa foi entrevistada por O Globo sobre a recente descoberta do caminho que levava D. Pedro I à casa da baronesa de Sorocaba. Dia 24.

D. Orani Tempesta realizou palestra, na PUC-Rio, sobre o centenário de nascimento de Thomas Merton. Dia 22.

José Almino de Alencar, em sua coluna no Jornal do Commercio, do Recife, discorre, em artigo intitulado “La unánime noche”, a propósito de um texto de Jorge Luis Borges, sobre a tirania das palavras sobre os escritores. Dia 31.

José Murilo de Carvalho realizou conferência, na ABL, sobre “Os tempos do Rio”, no Ciclo de Conferências Rio de Janeiro, 450 anos, por ele coordenado. Dia 5.

José Octávio de Arruda Mello participou de mesa-redonda, na Academia Paraibana de Letras, sobre o centenário de nascimento de Epitácio Soares. Dia 28.

Lilia Moritz Schwarcz lançou, pela Companhia das Letras, em coautoria com Heloisa Starling, Brasil: uma biografia, objeto de resenha de Leonardo Cazes no caderno Prosa & Verso, de O Globo. Dia 30.

Marcos Azambuja participou de mesa-redonda, no Centro Cultural da Justiça, da Universidade Federal de Paraíba, sobre “Direito, Poder e Relações Internacionais”, comemorativa do sesquicentenário de nascimento deEpitácio Pessoa. Dia 20.

Pedro Karp Vasquez foi entrevistado por Nani Rubin, em O Globo, sobre a reedição de A muito leal e histórica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de Gilberto Ferrez, cujas gravuras originais acham-se em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil. Dia 13.

Roberto DaMatta abordou em, sua coluna em O Globo, a entrevista de José Mujica à BBC, a propósito do tráfico de influência no sistema político brasileiro. Dia 29 de abril.

Sérgio Paulo Muniz Costa abordou, em sua coluna no Jornal do Comerciode São Paulo, o filme Estrada 47, dirigido por Vicente Ferraz, sob a participação do FEB na 2ª Guerra Mundial. Dia 28.

Vasco Mariz e Lucien Provençal lançaram a 3ª edição de Os franceses na Guanabara - Villegagnon e a França Antártica, com prefácio de Arno Wehling. Dia 6.

Sócia Falecida

Aos 81 anos, faleceu, em Salvador, a professoraConsuelo Pondé de Sena, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

Natural daquela cidade, Consuelo bacharelou-se em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia da UFBA (1956), obtendo o mestrado em Ciências Sociais na mesma Universidade (1977), com especialização em Língua Tupi, e cursos outros em Etnologia, Antropologia, História Moderna e Contemporânea. Regeu os cursos de Língua Tupi e Folclore e foi diretora do Centro de Estudos Baianos da UFBA e chefe do Departamento de Antropologia e Etnologia da mesma Universidade.

Foi diretora da Associação Bahiana de Imprensa, da Casa de Ruy Barbosa, do Arquivo Público Estadual e integrante dos Conselhos Deliberativos da Fundação Cultural do Estado, da Fundação Casa de Jorge Amado e do Conselho Estadual de Cultura, entre outros. E presidiu o IGHB de 1996 até seu falecimento, tornando-o um referencial de primeira plana no meios culturais de sua terra. Era membro também da Academia de Letras da Bahia, da Academia Portuguesa da História e de diversos institutos históricos estaduais.

Deixou vasta produção nas áreas de sua especialização, destacando-seIntrodução ao estudo de uma comunidade do agreste baiano, Itapicuru, 1830/1892 (1974), Relações interétnicas através do casamento: Inhambupe, 1750/1800 (1979), Caminhos, vilas e cidades nos Sertões de Euclides da Cunha (1972/1975) e Frederico Edelweiss, o Tupinólogo (1981).

Foi eleita sócia correspondente do IHGB em 1989, passando a emérita em 2012, tendo  sido prestimosa colaboradora dos esforços do IHGB na construção de um Sistema Nacional de Institutos Históricos.

Posse de Sócia

Em solenidade realizada em 20 de maio, na Sala Pedro Calmon, sob a presidência deArno Wehling, tomou posse como sócia honorária brasileira Maria Arair Pinto Paiva, eleita em 24/09/2014.

A empossanda, introduzida no recinto pelos sócios Maria de Lourdes Viana Lyra,Carlos Wehrs e Cláudio Aguiar, cumpriu as formalidades regimentais e recebeu o colar acadêmico de seu maridoMelquíades Pinto Paiva, tendo a saudação ficado a cargo de José Arthur Rios, que lhe destacou o desempenho profissional como operadora do Direito e professora universitária.

Em sua fala, Maria Arair discorreu sobre “Francisco Alves de Lima, um pioneiro do Direito no Brasil”, detendo-se sobre seu conhecido livro Psicologia do Direito, tendo o presidente, ao final, cumprimentado ambos os oradores.

A solenidade foi seguida de coquetel no terraço, oferecido pelo casal Pinto Paiva.

Instituições

Notícias de Instituições Congêneres

Esta seção volta nas próximas edições.

Outras Notícias

Outras Notícias

Livros Recebidos

ALONSO, Alexandre Florenciano. Mantendo a ordem: correspondências e ofícios sobre a Guerra do Paraguai. Rio de Janeiro: Multifoco, 2014. 200 p.

CARLONI, Karla Guilherme. Marechal Lott: a opção das esquerdas: uma biografia política. Rio de Janeiro: Garamond, 2014. 309 p.

CHAGAS, Carlos. A ditadura militar e os golpes dentro do golpe: 1964-1969. Rio de Janeiro: Record, 2014. 489 p.

CHALHOUB, Sidney; NEVES, Margarida de Souza; PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda (Org.). História em cousas miúdas: capítulos de história social da crônica no Brasil. Campinas: Unicamp, 2005. 591 p.

CONTI, Mario Sergio. Notícias do Planalto: a imprensa e o poder nos anos Collor. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 523 p.

COSTA, Emília Viotti da. A dialética invertida e outros ensaios. São Paulo: Unesp, 2014. 239 p.

CUESTA DOMINGO, Mariano (Org.). Cartografia hispânica: una cartografia inestable en um mundo convulso: (1800-1975). Madrid: Ministero de Defensa, 2014. 693 p.

DUARTE, Eduardo de Assis (Org.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte : Ed. UFMG, 2014. 4 v.

CARULA, Karoline; ENGEL, Magali Gouveia; CORRÊA, Maria Letícia (Org.). Os intelectuais e a nação: educação, saúde e a construção de um Brasil moderno. Rio de Janeiro:
Contracapa, 2013, 317 p.

ENGEL, Magali Gouveia; CORRÊA, Maria Letícia; SANTOS, Ricardo Augusto dos (Org.). Os intelectuais e a cidade: séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. 204 p.

ENGEL, Magali Gouveia; SOUZA, Flávia Fernandes de; GUERELLUS, Natália de Santanna (Org.). Os intelectuais e a imprensa. Rio de Janeiro: Mauad, 2015. 237 p.

FERREIRA, Jorge. Prisioneiros do mito: cultura e imaginário político dos comunistas no Brasil: (1930-1956) Niterói: EdUFF; Rio de Janeiro: Mauad, 2002. 320 p.

GABEIRA, Fernando. Onde está tudo aquilo agora? : minha vida na política. São Paulo : Companhia das Letras, 2012. 195 p.

NOVINSKY, Anita Waingort. Inquisição: prisioneiros do Brasil: séculos XVI a XIX. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 244 p.

PENNA, Lincoln de Abreu (Org.). Manifestos políticos do Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: E-Papers, 2008. 372 p.

PRADO, Maria Emília (Org.). Dicionário do pensamento brasileiro: obras políticas do Brasil imperial. Rio de Janeiro: Revan, 2012. 272 p.

ROCHA, Antonio Penalves. A recolonização do Brasil pelas Cortes: história de uma invenção historiográfica. São Paulo: Unesp, 2009. 134 p.

Algumas Pesquisas

ALENCAR, Flávio Lemos (Doutorando) – UFF. Assunto: pensamento reacionário. Finalidade: tese de doutorado (projeto).

ALMEIDA, Thadeu (Mestrando) – UFRJ. Assunto: ensino. Finalidade: mestrado. ANTONI, Louise-Marie (Universitária) – ENSAN (Escola de Arquitetura na França). Assunto: Guanabara. Finalidade: pesquisa acadêmica.

BARBALHO, Bárbara (Universitária) – UFRJ. Assunto: arrazamento do Morro do Castelo. Finalidade: redação de TCC - monografia.

ALTOÉ, Douglas de Melo (Mestrando) – UFRRJ. Assunto: história antiga. Finalidade: mestrado.

BERNARDINA, Milena Dalla (Doutoranda) – Universidade Veiga de Almeida. Assunto: direito sucessório. Finalidade: tese de doutorado.

DARIO FILHO, Luiz Pedro (Mestrando) – UFF. Assunto: história seiscentista da Vila de São Paulo. Finalidade: pesquisa de mestrado.

FAVERI, Maria Luiza de (Mestranda) – UFRJ. Assunto: Guerra do Paraguai. Finalidade: pesquisa de mestrado.

FRAGA, André Barbosa (Doutorando) – UFF. Assunto: Santos Dumont. Finalidade: tese de doutorado.

MARTINS, Priscila Serejo (Pesquisadora) – Editora Intrínseca. Assunto: Docas de Santos, Guinle. Finalidade: imagens para ilustrar livro sobre a família Guinle.

NASCIMENTO, Isabela Marques do (Estudante) - Colégio Pedro II – Campus Tijuca II. Assunto: geografia. Finalidade: projeto de iniciação científica.

ROLLER, Heather (Professora) - Colgate University. Assunto: índios de Mato Grosso. Finalidade: livro.

ROTHER, William Lawrence (Escritor/Jornalista) – Cullman Center for Scholars’s Writers. Assunto: Candido Rondon. Finalidade: Livro.

SANTOS, José Antonio dos (Militar) – CEFET. Assunto: Escola Normal Wenceslau Braz. Finalidade: projeto de pesquisa para resgatar a memória do CEFET.

SILVA, Felipe Bicalito da (Universitário) – UFRRJ. Assunto: Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional. Finalidade: acadêmica.

STUMPF, Lúcia K. (Doutoranda) – USP. Assunto: pintura. Finalidade: tese de doutoramento.

Escrita da História

Convém diferenciar em que sentido estamos diante de problemas constantes ou perenes, em que medida se trata de problemas que, mesmo individualizados, são persistentes e respondem a desafios permanentes, e também quando há problemas que são realmente únicos, singulares, para os quais não encontramos precedentes. Se diferenciarmos esses três níveis, teremos a possibilidade de discuti-los melhor e encontrar as singularidades ou os elementos repetitivos. Por exemplo, na Idade Média existia uma dualidade de autoridades, teológicas e civis, monásticas e urbanas, com a Igreja se opondo ao poder civil, umas em pugna contra as outras. É evidente que a chamada constituição dual da Europa medieval não é idêntica à de Atenas na época de Aristóteles, mas há muitos argumentos aristotélicos utilizados por São Tomás de Aquino, porque há semelhanças e paralelismos entre a democracia florentina e a democracia ateniense. Não há dúvidas de que nos dois casos está em questão o governo de um reduzido número de cidadãos. A analogia estrutural entre os dois casos é muito pequena, mas a problemática em questão se renova muito pouco porque aparece, nos dois momentos, ligada a condições que guardam semelhanças com as antigas situações. O historiador deve se ocupar dessas analogias, porque se encaramos os acontecimentos singulares simplesmente como eventos radicalmente únicos, particulares, jamais poderemos explicá-los. Não será possível explicar por que algo fracassa. Qualquer explicação, inclusive a relativa a um fato singular, depende do curso da ação, das sequencias de acontecimentos...

Reinhert Koselleck, entrevista a J. Fernandez Sebastián e J. F. Fuentes, in M. G. Jardim e J. Feres Jr. (orgs), História dos Conceitos - debates e perspectivas, Rio de Janeiro, Loyola, 2006, p. 140.