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A ATLANTIDA – DA UTOPIA À REALIDADE

Detalhes do Artigo

Resumo

Nos inícios do século XX, foi crescendo no es- pírito de intelectuais portugueses e brasileiros a ideia da criação de uma comunidade luso- -brasileira que unisse os dois povos, por muitos considerados irmãos, que promovesse interesses comuns assentes nas raízes de uma mesma cul- tura, que importava implementar para nela se sedimentarem e fortalecerem as suas diversas e decorrentes incidências. Entre a intelectualidade dos dois países, salientaram-se João de Barros e João do Rio que, irmanados por aquele mesmo ideal, se empenharam em o concretizar. Uma das iniciativas seria a publicação de uma revista que veiculasse e difundisse o sonho comunitário que defendiam. Deram-lhe o nome de Atlânti- da porque este expressava o duplo ideal de paz, prosperidade e felicidade da utopia de Platão e, ao mesmo tempo, o sentido atlântico que pre- tendiam para a união, como meio de travar o crescente germanismo pela promoção da identi- dade luso-brasileira. Congregando numa acção comum o ideal platónico e o real existente, João de Barros e João do Rio acreditavam que iriam alcançar o objectivo que os unia, e que era, afi- nal, a realização da lusobrasilaridade. Ideal que viram frustrado e lhes trouxe o sabor amargo da derrota.

Palavras-chave: Atlântida; Utopia; Lusobrasi- laridade; João de Barros; João do Rio.

Abstract

Early in the twentieth century, there gradu- ally grew among Portuguese and Brazilian intellectuals the idea of creating a Portuguese- Brazilian community that would unite the two peoples - by many considered brothers - and fos- ter common interests rooted in the same culture. Creating such community would enable them to enhance and consolidate its diverse and current events. Standing out among the intelligentsia in both countries were João de Barros and João do Rio who shared the same ideal and fought to turn it into reality. One of their first steps would be the publication of a magazine that would spread and diffuse the communitarian dream they persued. They named it Atlantida, a name that suitably reflected the double ideal of peace, prosperity and happiness found in Plato‘ uto- pia, and at the same time the Atlantic spirit they wished for their union as a mean of countering the growing Germanic influence by constructing a Luso-Brazilian identity. Merging the Platonic ideal with reality, João de Barros and João do Rio believed that they would achieve the aim that united them, namely the creation of a Luso- Brazilian identity. This aim never materialized and they were left with the the bitter taste of defeat.

Key Words: Atlantis; Utopia; Luso-Brazilian identity; João de Barros; João do Rio.

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