Resumo:
Mesmo no campo ainda pouco consolidado do Direito Administrativo, não faltaram juristas, na Primeira República, preocupados com a crescente intervenção estatal. Concentrando-se de início em algumas áreas específicas, como a saúde pública e a gestão urbana, a ação admi- nistrativa intensificou-se e ganhou, por vezes, novas feições e canais. Tão óbvias após 1930, as tensões daí geradas já se refletiam anteriormente no meio jurídico: isso se evidenciava não só em discursos e processos, mas também na própria doutrina juspublicista. Não obstante, alguns eventos e fenômenos – a Revolta da Vacina, o relativo êxito da “ditadura sanitária” e sobretu- do a crescente centralidade da “Questão Social” após 1917-1918 – parecem ter levado nossos te- óricos do Direito Administrativo a uma postura mais aberta face à intervenção estatal.
Palavras-chave: Intervenção estatal; Vacinação compulsória; Urbanismo segregador; Viveiros de Castro; Aarão Reis; Direito Administrativo brasileiro.
|
Abstract:
During the First Republic (1889-1930) and in the following years, some Brazilian legal thinkers saw state intervention as a serious risk to constitutional liberties. Initially affecting fields such as public health and urban planning, new (or just harsher) state measures were then expanding administrative action, challenging liberal orthodoxy and causing jurists to angrily react by means of lawsuits, public speeches and critical public law books. Nevertheless, new facts such as the “Vaccine Revolt”, the positive results of the so-called “sanitary dictatorship” and, particularly, the development of new attitudes towards the “Social Question” after 1917/1918 apparently led the Brazilian Administrative Law literature to become more open to state intervention as a whole.
Keywords: state intervention; compulsory vaccination; segregating urban planning; Viveiros de Castro; Aarão Reis; Brazilian administrative law.
|