Resumo:
O Cinema Novo brasileiro, antes de ser um “movimento”, poderia ser definido como uma “movimentação”: no início da década de 1960, paulatinamente, surgiu uma filmografia que se identificava, e era identificada pela crítica, como “nova”. A representação urbana, com destaque para o Rio, era um de seus traços identitários, nesse momento ainda voltando as atenções para as favelas, situação que muda ao longo do de- cênio. Todas as mulheres do mundo, aguardado pelo público como um experimento cinemano- vista, quebrou essa expectativa ao ser conside- rado pela crítica como um filme moderno, mas sem o “DNA” do Cinema Novo. A representa- ção do Rio parece ter desempenhado papel cen- tral nessa desclassificação, já que, pela lógica da recepção, os traços hedonistas conferidos à cidade impediam a obra de ser cinemanovista.
Palavras-chave: Rio de Janeiro; Cinema Novo brasileiro; representação urbana.
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Abstract:
Before being a “movement”, the so-called Brazilian New Cinema could be defined as a “process in motion”: in the early 1960s, a filmography was gradually created which called itself and was identified by critics as “new”. The urban representation, focused mainly on Rio, was one of its identity traits at a time when attention was still directed to the favelas (slums). The situation, though, changed over the decade. All the Women in the World, a film eagerly awaited by the public as a New Cinema experiment, did not fulfill this expectation and, though considered by critics as a modern film, did not carry the DNA of the New Cinema. The representation of Rio in the film seems to have played a central role for its downgrading, since, according to the logic of the reception, the hedonistic features characterizing the city prevented it from being classified as a Brazilian New Cinema experiment.
Keywords: Rio de Janeiro; Brazilian New Cinema; urban representation.
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