Resumo
Em novembro de 1979, na cidade de Greensboro, na Carolina do Norte, manifestantes do Partido dos Trabalhadores Comunistas (Communist Workers’ Party - CWP) foram assassinados por membros do Ku Klux Klan (KKK) e do Partido Nazi Americano (American Nazi Party - ANP). Os homicídios aconteceram durante um protesto organizado pelo CWP em oposição à KKK e faziam parte de um contexto maior de oposição entre comunistas e trabalhadores negros, de um lado, e nazistas e supremacistas brancos, de outro. O massacre foi televisionado, gerando grande mobilização da população local, e ganhou notoriedade em todo o país. Décadas depois, em 2004, houve a instalação da Comissão da Verdade e Reconciliação de Greensboro (CVRG) para analisar os impactos desses fatos e fazer recomendações para sua reparação. A pesquisa foi iniciada na tentativa de compreender e analisar as nuances restaurativas da prática transicional de Greensboro. Contudo, ao tomarmos contato com a complexidade e a relevância dos fatos históricos, optamos por distribuir a pesquisa em diferentes artigos. Este é o primeiro destes trabalhos, propondo-se a compreender e contextualizar o massacre, apresentando as relações entre comunistas, nazistas, Ku Klux Klan e sindicatos que culminaram no evento de 03 de novembro de 1979. Para isso, partimos do seguinte problema de pesquisa: como o Partido Comunista dos Trabalhadores, o Partido Nazi Americano e a Ku Klux Klan estavam envolvidos no massacre de Greensboro?
Palavras-chave: Massacre de Greensboro; Ku Klux Klan; Partido dos Trabalhadores Comunistas; Partido Nazi Americano; Violência estrutural; Estudo de caso.
|
Abstract
In November 1979, members of the Ku Klux Klan (KKK) and the American Nazi Party (American Nazi Party - ANP) killed demonstrators of the Communist Workers’ Party (CWP) in the city of Greensboro, North Carolina. The killings took place during a protest organized by the CWP in opposition to the KKK and were part of a larger context of opposition between communists and black workers, on the one hand, and Nazis and white supremacists, on the other. The massacre was broadcast and generated great mobilization of the local population, gaining notoriety across the country. Decades later, in 2004, the Greensboro Truth and Reconciliation Commission (CVRG) was established to analyse the impacts of these events and make recommendations for reparations. Our research originated from an attempt to understand and analyse the restorative nuances of Greensboro’s transitional practice. However, as we became aware of the complexity and relevance of the historical facts, we chose to split up the research into different articles. In this first article, we seek to understand and contextualize the massacre, presenting the relations between communists, Nazis, Ku Klux Klan and trade unions that led to the event of November 3, 1979. The starting point for our research was the following question: How were the Communist Workers Party, the American Nazi Party, and the Ku Klux Klan involved in the Greensboro massacre?
Key Words: Greensboro Massacre; Ku Klux Klan; Communist Workers’ Party; American Nazi Party; structural violence. case study.
|