Uma tribuna para que os sócios possam publicar visões, análises, ensaios de conjuntura ou outros conteúdos relevantes do ponto de vista histórico ou cultural alinhados à missão institucional.
Em fevereiro, a Record lançou meu livro “Alexandre de Gusmão — o estadista que desenhou o mapa do Brasil”. Fiquei muito contente com a qualidade da crítica que provocou: Celso Lafer, a referência básica em política externa, e Elio Gaspari, nosso grande jornalista, tiveram palavras simpáticas a seu respeito. Mereceu ainda duas páginas da “Veja – São Paulo” de 17 de março, assinadas por Guilherme Queiroz. Mas o que queria comentar aqui foi um ponto notado por mais de uma pessoa, nas entrevistas que sobre ele tenho dado: a relativa ignorância sobre Gusmão, até de gente bem informada sobre a História do Brasil.
Já não sei por onde começar. Sejamos fortes para buscar saídas. Não posso hesitar quando a realidade vocifera, mostrando-se impiedosa. A grande aceleração abriu feridas no sistema Terra. O projeto de crescimento ilimitado requer sua paga. Tornou-se impossível rolar a dívida. A era geológica do Capital, o assim chamado Capitaloceno, hipotecou todo o futuro. Cessaram as nuvens. Perdemos o azul. Ausentes, o Sol e a Lua. Fugiram as estrelas. Custa dizer, mas vou ao ponto. E sem rodeios: a abóboda celeste caiu! Ouviram muito bem: o céu desabou. Um vazio descomunal. Vazio como o céu de Pirandello. Maior que a angústia de Pascal.
No momento em que se comemora o centenário de nascimento de Oscar Dias Correa, ocorrido no dia 2 de fevereiro, é importante para a Casa lembrar os seus vínculos com o IHGB.
Comecemos pela precisão conceitual. Ao falarmos de pandemia, estamos nos referindo a algo recorrente na história, e existente em diferentes sociedades e culturas. Costumávamos denominá-la epidemia, palavra grega também adotada no latim medieval e nas línguas originadas na Idade Média. É registrado o uso de “epidemia” desde o século XII nessas línguas, mas sabemos que a coisa precedeu de muito a palavra.
Neste ano feroz de pandemia, na extrema solidão que me atravessa, atenuada apenas pelo céu noturno, ouço a cantata de Bach, a BWV 248. Um júbilo que espanta todos os fantasmas. E penso num homem admirável que conheci em dezembro de 2006, nas colinas de Lucca.
Estamos nos dias finais do Advento em preparação para o Natal do Senhor. É a vinda de Jesus Cristo – Deus feito homem por amor de nós – a este mundo para nos redimir das correntes aprisionadoras do pecado e oferecer-nos a possibilidade da vida eterna. É o grande mistério da nossa redenção, a respeito do qual somos sempre convidados a refletir.
Não há dúvida que as vacinas contra a Covid-19 se aproximam. O avanço da ciência enche o mundo de esperança. Os resultados recentes das eleições brasileiras indicam que os novos prefeitos terão como tarefa imediata se dedicar à saúde pública. A ciência e a cidadania demostram que são instrumentos de defesa da vida. Nada mais atual.
A discussão sobre a privatização da CEDAE está contrapondo investidores no negócio de distribuição da água e os interesses corporativistas que há longo tempo dominam esta importante empresa do serviço público.
Às vezes, mesmo pesquisadores de grande competência e merecido prestígio cometem pequenos equívocos que acabam resultando em erros duráveis de interpretação histórica. Esses erros podem persistir por décadas. São repetidos sem discussão por gerações de seguidores, e sobrevivem até mesmo aos próprios estudiosos que avançaram a falsa teoria, a partir de um banal deslize inicial.
Se vivos estivessem, Celso Furtado e Florestan Fernandes fariam 100 anos em 2020.