Uma tribuna para que os sócios possam publicar visões, análises, ensaios de conjuntura ou outros conteúdos relevantes do ponto de vista histórico ou cultural alinhados à missão institucional.
Uma visão, uma análise, uma memória ou um ensaio, por uma historiadora de 84 anos, estas páginas querem inserir.
Devem ser rápidas, serem nada e serem tudo. Mostrarem tranquilidade, observações históricas e revelações.
Na manhã de 7 de setembro, 2ª feira passada, participei do Programa Especial da Independência nos estúdios da TV Brasil, em Brasília, veiculado, entre as 09hs00 e 11hs00, em diversos canais de TV e nas redes sociais, comentando os acontecimentos históricos da Independência do Brasil.
As crises sanitária e econômica escancararam o legado insepulto de duas manchas de nossa história: a escravidão e o patrimonialismo, isto é, a captura de políticas públicas de interesse geral, por grupos que privilegiam interesses próprios. Esse desequilíbrio acentua-se, ainda, pelo federalismo crescentemente assimétrico da estrutura patrimonial do Estado brasileiro, apesar da sua solidez institucional.
Joaquim Veríssimo Serrão sentia-se ligado ao Brasil pela convicção de que o país fora a grande obra de Portugal e pela ideia de que precocemente delineou-se aqui um universo luso-brasileiro de referências, distinto do metropolitano. Essa atitude inspiraria diferentes trabalhos de valor direta ou indiretamente ligados à formação brasileira, levando ao reconhecimento de duas instituições que muito prezava, em 1965 do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e em 1979 da Academia Brasileira de Letras, onde ocupava como sócio correspondente a cadeira número 7.