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Depois de circular na rede como importante descoberta da troca de cartas em tupi entre indígenas no Nordeste brasileiro do século XVII, um artigo originalmente publicado no jornal da USP serviu de base para matéria veiculada no Jornal Nacional em 12 de novembro, 6a feira, na qual os índios são apresentados como os derrotados de uma História contada pelos vencedores.

 O que poderia ser útil para a compreensão do País foi, mais uma vez, distorcido, dificultando a compreensão do processo de nossa formação e evolução.

Cumpre, antes de tudo, lembrar que foram os jesuítas que compuseram, no século XVI, a gramática tupi e que a língua geral, fruto desse conhecimento e uso, era amplamente empregada no Brasil até o século XVIII. O fato de serem as cartas escritas em tupi trocadas entre indígenas é realmente interessante, e confirma o que já é sabido: o amplo emprego do tupi pela população.

O que é incompreensível é o jornal da mais prestigiosa universidade brasileira dar publicidade a um texto que extrapolou da finalidade original, o estudo da língua, para difundir interpretação duvidosa a partir de erros flagrantes.

A Insurreição Pernambucana, resultante da insatisfação generalizada da população brasílica com o invasor holandês, fora urdida com antecedência e estava marcada para eclodir no dia de São João, 24 de junho de 1645. No dia 23 de maio, os líderes do movimento firmaram um compromisso histórico em prol da “restauração de nossa pátria”. As tropas de Henrique Dias e Felipe Camarão haviam se infiltrado no território dominado pelos holandeses desde março, preparando-se para o levante.

É um erro apontar o massacre de Cunhaú, acontecido no dia 16 de julho, como causa da Insurreição Pernambucana. Foi, sem dúvida, um fato que acirrou os ânimos da população, mas nunca sua causa.

Outro erro é a “provocação” proposta no mencionado artigo ao perguntar como Portugal deixou a Holanda invadir o Brasil. O questionamento deixa de levar em conta a situação em que se encontrava Portugal, unido à Espanha, com esta envolvida em uma guerra europeia e mundial contra a Holanda, que ambicionava tomar a possessões portuguesas no Índico e precisava antes dominar o Atlântico Sul.

Comparar Felipe Camarão com Pedro Poti, um trânsfuga pró-holandês, é deixar de levar em conta todo um processo de aculturação que já tinha um século e meio e sobre o qual vários conselheiros da Companhia das Índias Ocidentais alertaram para prever a resistência da população indígena aos invasores.

Maurício de Nassau não apaziguou todas as insatisfações. O próprio Nassau ao partir do Brasil em julho de 1644 apontou as causas do fracasso holandês, dentre elas a “infidelidade dos pernambucanos” e a “emigração em massa” para a Bahia, o que denota a rejeição e a resistência da população ao domínio do invasor.

Por essas e muitas outras razões, que não cabem neste espaço, o artigo publicado no jornal da USP desconsiderou a História para reescrevê-la de acordo com seus propósitos. Não houve, meramente, uma guerra religiosa no Nordeste do Brasil no século XVII, mas sim um desdobramento da Guerra dos Trinta Anos, que escreveu a sangue o endereço do Brasil, no dizer do insuperável Gilberto Freyre. Uma guerra em que estiveram presentes aspectos religiosos, mas também outros: culturais, econômicos e políticos.

Mas essa luta terminou com a eclosão do que pode ter sido a primeira guerra insurrecional de libertação da História, a Insurreição Pernambucana, da qual surgiu a guerra brasílica. E principalmente de onde nasceu no Brasil o sentido de Pátria.

Porém, se a matéria veiculada pelo Jornal Nacional escoimou alguns erros, persistiu nos principais.

Portugueses e holandeses não disputaram as terras do Nordeste no século XVII. Disputas houve com os franceses em vários pontos do litoral brasileiro esparsamente povoado por indígenas ao longo do século XVI e com os próprios holandeses na foz do Amazonas no início do XVII.

A partir de 1624, os holandeses tentaram dominar uma sociedade já estabelecida no Nordeste que possuía câmaras municipais, justiça e funcionalidade econômica, e
cuja população mesclava distintos contingentes étnicos, fossem eles nativos ou adventícios.

É um equívoco tomar as invasões promovidas no Brasil pela Companhia das Índias Ocidentais da Holanda como uma disputa entre portugueses e holandeses. No Nordeste brasileiro do século XVII já existia uma síntese social que não pode ser chamada simplesmente de portuguesa. É um engano que remete a outros: o de Felipe Camarão ter “lutado do lado dos portugueses” e o de os índios terem sido os “derrotados”.

Felipe Camarão lutou do seu lado, do lado da população da qual fazia parte. A certa altura até mesmo a despeito do que podia ou desejava Portugal. Os indígenas brasileiros não foram derrotados nas guerras holandesas, nem mesmo os que lutaram ao lado dos verdadeiros derrotados que foram os holandeses.

O fracasso do projeto imperialista da Companhia das Índias Ocidentais significou a continuidade da síntese brasílica da qual emergiu o País. Tivesse aquele projeto
prosperado, seríamos hoje uma amarga colcha de retalhos étnicos e culturais como os espalhados por aquele tipo de colonização em vários pontos do globo.

É uma simplificação que desmerece a História afirmar que ela é escrita pelos vencedores. Por um lado, podemos ficar aliviados por não a termos contada por nazistas alemães ou comunistas soviéticos. Estaríamos em outro mundo. Mas por outro, sabemos que ela é escrita com os fatos, resgatados, analisados, historicizados
e colocados em perspectiva, do que emergem novos entendimentos e, acima de tudo, conhecimento.

São os fatos, a matéria-prima da História, que lhe permitem mostrar quem são os seus verdadeiros vencedores e perdedores.

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