Abertura
Av. Augusto Severo, nº 8 - Glória - 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ. Edição: Victorino Chermont de Miranda - Revisão: Cybele de Ipanema - Colaboração: Arno Wehling Só os nomes dos sócios do IHGB são grafados em negrito Informações para o Noticiário também pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. |
IHGB COMEMORA O CENTENÁRIO DO CÓDIGO BEVILAQUA

O IHGB promoveu, de 16 a 20 de maio, o Congresso Internacional Cem Anos do Código Civil (1916-2016), com o apoio da CAPES, FCRB, IBHD, UERJ, Defensoria Pública da União e UNIFOR.
O evento foi aberto na tarde de 13 de maio com a conferência “Tautocronias estéticas na codifi cação civil brasileira de 1916”, pelo ministro do STF, Luiz Edson Fachin, seguida de coquetel no terraço.
Na tarde seguinte, tiveram início as mesas-redondas, tendo por temas, nas 1a, 2a e 3a sessões, “O Código como produto cultural (1) – o “germanismo” e seus modelos alemães”, pelos professores Jan Dirk Harke, das Universidades Würzburg e Jena (Pandectística e recepção da Pandectística no direito civil brasileiro) e Ângela Alonso, da USP/Cebrap (A ação política e contestação intelectual no mundo dos bacharéis: 1870-1889) e (2) – A cultura jurídica anterior à codifi cação civil brasileira, pelos professores Alfredo Flores, da UFRGS (Entre a Consolidação e o Código: o diálogo entre a doutrina e o mundo forense no segundo Reinado e no início da República) e José Reinaldo de Lima Lopes, da USP (Escola do Recife ou naturalismo jurídico? Tendências modernizantes no pensamento jurídico brasileiro, 1870-1916) e “Direito romano, pandectística e direito civil na codifi cação”, pelo professor Torquato Castro Jr., da UFPE (O Código de 1916 e a Pandectística: infl uências e contraposições).
Nas 4a, 5a e 6a sessões, “O Código Beviláqua no debate estrangeiro”, pelos professores Ezequiel Abásolo, da UBA (O pensamento de Beviláqua e seu impacto no debate argentino), Carlos Ramos Núñez, do Tribunal Constitucional del Perú e da PUCP (A codifi cação peruana face aos modelos alemão e brasileiro) e Otavio Luiz Rodrigues Jr, da USP (O Código Beviláqua no cenário internacional); “O que Clóvis estava fazendo? Circunstâncias, redes, usos e estratégias na vida de Beviláqua”, pelos professores Gizlene Neder, da UFF (Um código burguês? O pensamento Beviláqua e o contexto nacional) e Christian Lynch, da FCRB/ UERJ (Clóvis no contexto político republicano) e Vamireh Chacon, do IHGB (Clóvis Beviláqua Jurista e Escritor); “A sociedade e o Código Civil”, pelos professores Samuel Barbosa, da USP (A história da codifi cação civil no Brasil: alguns mitos recorrentes), Keila Grinberg, da UNIRIO (Codifi cação e estrutura social no Brasil imperial) e Gustavo Siqueira, da UERJ (O Código e a estrutura social na Primeira República).
E, nas quatro últimas, “Clóvis e o Direito Internacional”, pelos professores Maria Arair Pinto Paiva, da UFF (Clóvis Beviláqua e a Lei de introdução ao Código Civil. Refl exões sobre os aspectos internacionais), Paulo Emílio de Macedo, da UFRJ (Clóvis Beviláqua e a Justiça Internacional) e Antonio Celso Pereira, da UERJ (Clóvis internacionalista); “Ação e reação à codifi cação civil”, pelo professor Thiago Reis, da FGV-SP (Autonomia do direito privado ou política codifi cada? O Código Civil como projeto político); “O código e seu impacto no ensino jurídico”, pelo professor Sérgio Staut, da UFPR (O Código Beviláqua e outra compreensão da dimensão jurídica: transformações na fonte e no ensino do direito) e “O Código Beviláqua e os desafi os da mudança”, pelos professores Gilberto Bercovici, da USP (Direito civil ou direito público? A Era Vargas e o Código Civil) e Francisco Luciano Lima Rodrigues, da UNIFOR (O direito das coisas entre os dois códigos civis), todas seguidas por debates. O Congresso foi encerrado, na tarde de 20 de maio, com a conferência do professor Milos Vec, da Universidade de Viena, sobre “Dogmática civilista e mudança social: Pandectística, urbanização e industrialização”.
A Comissão Organizadora do evento foi integrada por Arno Wehling (IHGB), Maria Arair Pinto Paiva (IHGB), Airton Cerqueira Leite Seelaender (UNB), Gustavo Siqueira (UERJ) e Christian Edward Cyril Lynch (FCRB). Uma Exposição Documental foi montada, de que a última imagem é registro.
N.E.: Clóvis Beviláqua foi eleito sócio honorário do IHGB em 1914, passando a benemérito em 1917 e a grande benemérito em 1943.
Corpo Social
NOTÍCIAS DE SÓCIOS
Armando de Senna Bittencourt tomou posse na Cadeira Especial Almirante Max Justo Guedes da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, sendo saudado por Helio Leôncio Martins. Dia 31.
João Eurípedes Franklin Leal ministrou Curso de Paleografi a no Instituto Histórico de Petrópolis. Dias 23 a 25.
José Murilo de Carvalho participou do seminário Política e Ódio, na série Brasil, brasis, da ABL. Dia 19
Paulo Knauss coordenou a recém-lançada edição do livro Nos tempos da Guanabara: uma história visual, com fotografi as do governo existentes no acervo do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Dia 12.
Marcos de Azambuja foi o convidado de Armando Strozemberg no ciclo “Os sócios convidam”, comemorativo dos 10 anos da Casa do Saber Rio O Globo. Dia 18.
Roberto DaMatta analisou a crise brasileira, em artigo intitulado “Um até logo às utopias”, em O Globo, chamando atenção para o fato de o patrimonialismo não haver acabado, mas entrado em confl ito com a esfera burocrática representada pela Justiça e pelas redes sociais. Dia 18.
Vasco Mariz autografou, na Travessa Ipanema, seu novo livro Retratos do Império: os Orleans, os Saxe-Coburgo e outras personalidades da época (Topbooks). Dia 24.
DESTAQUES NA IMPRENSA
O destaque do mês ficou para o sócio titular Armando de Senna Bittencourt, capa da Revista O Globo, de 22 de maio, a propósito dos achados de naufrágios ocorridos na costa brasileira. Diretor de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, Senna Bittencourt foi entrevistado, com outros tantos desbravadores do mar, sobre as descobertas feitas em arriscadas e custosas explorações marítimas, que atraem pesquisadores e enriquecem coleções particulares e públicas, como a do nosso Museu Naval, com objetos de louça, garrafas de vinho, porcelanas, espadas, vidros e compassos, de tempos e lugares remotos.
Outras Notícias
Livros Recebidos
AGUIAR, Cláudio et al. PEN Clube do Brasil 80 anos: 1936-2016: literatura e liberdade de expressão. Rio de Janeiro: PEN Clube, 2016. 215 p.
DINIZ, Clarissa; CARDOSO, Rafael (Org.). Do Valongo И favela: imaginário e periferia. Rio de Janeiro: Instituto Odeon, 2015. 224 p.
FARO, Luiz César; SINELLI, Mônica. Roberto Simonsen: prelúdio à indústria. [S.l.]: Insight, 2016. 303 p.
LIMA, Sérgio Eduardo Moreira; COUTINHO, Maria do Carmo Strozzi (Org.). Pedro Teixeira, a AmazЩnia e o Tratado de Madri. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2016. 309 p.
MARIZ, Vasco. Retratos do ImpОrio: os Orléans, os Saxe-Coburgo e outras personalidades da época. Rio de Janeiro: Topbooks, 2016. 256 p.
MARTINS, Franklin. Quem foi que inventou o Brasil?: a música popular conta a história da República. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. 3 v.
MORAIS, Fernando. CoraНЫes sujos: a história da Shindo Renmi. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 349 p.
NEVES, Getúlio Marcos Pereira. Estudos de cultura espТrito-santense II: de livros, leituras e leitores: (ensaios e crônicas). Vitória: Instituto Histórico e Geográfi co do Espírito Santo, 2016. 216 p.
NICOLAZZI, Fernando (Org.). HistЧria e historiadores no Brasil: do fi m do Império ao alvorecer da República: c.1870-1940. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. 417 p.
RAMOS, R. Antonio. La independencia del Paraguay y el Imperio del Brasil. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2016. 926 p.
RAMOS NÚÑEZ, Carlos. Historia del derecho civil peruano siglos XIX y XX, tomo VII: la dogmática en triunfo. Lima: Fondo Editorial de la Pontifícia Universidad Católica del Perú, 2011. 452 p.
ROSENBAUER, Thomas; ROSENBAUER, Arne. Teatro no Brasil: Os Artistas Unidos fotografados por Stefan Rosenbauer. Darmstadt Instituto Stefan Rosenbauer, 2016. 114 p.
SENRA, Nelson de Castro (Org.). Teixeira de Freitas e a criaНЛo do IBGE: correspondência de um homem singular e plural. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. 534 p.
SIQUEIRA, Gustavo Silveira. HistЧria do direito pelos movimentos sociais: cidadania, experiências e antropofagia jurídica nas estradas de ferro (Brasil, 1906). Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2014. 190 p.
SIQUEIRA, Gustavo Silveira; FONSECA, Ricardo Marcelo (Org.). HistЧria do direito privado: olhares diacrônicos. Belo Horizonte: Arraes, 2015. 249 p.
VARELLA, Flávia; OLIVEIRA, Maria da Glória de; GONTIJO, Rebeca (Org.). HistЧria e historiadores no Brasil: da América portuguesa ao Império do Brasil: c.1730-1860. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. 262 p.
Algumas Pesquisas
AUBERT, Pedro Gustavo (Doutorando) – USP- SP. Assunto: Guerra do Paraguai. Finalidade: tese de doutorado
ARAÚJO, Aline de Souza (Universitária) – PUC-Rio. Assunto: educação, ciências. Finalidade: estudo para projeto de pesquisa.
BARBOSA, Samuel (Livre docente) – USP-SP. Assunto: estradas. Finalidade: livre docência.
BRAGANÇA, Gustavo Moura (Bolsista) – PUC-Rio. Assunto: Jornal “O Cruzeiro do Sul”. Finalidade: pesquisa sobre o sistema postal utilizado para comunicação com os soldados da Força Expedicionária Brasileira.
CARRILLO, Hugo (Antropólogo) – UBA, Argentina. Assunto: famílias séc. XV. Finalidade: tese.
DIAS, Gabriel José Rodrigues (Universitário) – MAST. Assunto: Senado do Império. Finalidade: monografi a.
DIEHL, Isadora (Doutoranda) – UFRGS. Assunto: pesquisa sobre racismo. Finalidade: projeto de doutorado.
FREITAS, Marcus Vinicius de (Pós-doutorando) – UFMG. Assunto: Catálogo da Biblioteca Oliveira Lima, na Columbia University of América (encilhamento). Finalidade: preparação da viagem de pesquisa à Biblioteca Oliveira Lima em Washington.
MIRANDA NETO – IHGB. Assunto: Pará. Finalidade: cotejo de dados.
NOBRE, Wik Farias (Universitário) – UERJ. Assunto: estudo de psicologia. Finalidade: contextualização da questão relativa ao problema da alma e o cérebro no séc. XX.
PEREIRA, Antônio Celso Alves – IHGB. Assunto: direito. Finalidade: palestra no IHGB.
SANTOS, Gabriel Antônio Lázaro de Carvalho dos (Historiador) – Instituição D. Isabel I. Assunto: Antonio Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. Finalidade: produzir uma resenha.
SILVA, Daniela Marques da (Mestranda) – UFRRJ. Assunto: organização e programas ministeriais. Finalidade: dissertação de mestrado.
TOMINO, Adriano (Universitário) – UFRJ. Assunto: morte, cemitérios. Finalidade: acadêmica.
CLÁSSICOS DA HISTÓRIA
Como em todas as outras ciências, estamos, nas ciências sociais, sendo bem ou mal sucedidos, interessantes ou maçantes, frutíferos ou infrutíferos, na exata proporção à signifi cância ou interesse dos problemas a que estamos ligados; e também, é claro, na exata proporção à honestidade, retidão e simplicidade com que atacamos estes problemas. Em tudo isto não estamos, de modo algum, confi nados a problemas teóricos. Sérios problemas práticos, como os problemas de pobreza, de analfabetismo, de supressão política ou de incerteza concernente a direitos legais são importantes pontos de partida para pesquisa nas ciências sociais. Contudo, estes problemas práticos conduzem à especulação, à teorização, e, portanto, a problemas teóricos. Em todos os casos, sem exceção, é o caráter e a qualidade do problema e também, é claro, a audácia e a originalidade da solução sugerida, que determinam o valor ou a ausência do valor de uma empresa científi ca.
Então, o ponto de partida é sempre um problema e a observação torna-se algo como um ponto de partida somente se revelar um problema; ou em outras palavras, se nos surpreende, se nos mostra que algo não está, propriamente, em ordem com nosso conhecimento, com nossas expectativas, com nossas teorias. Uma observação cria um problema somente se ela se confl ita com certas expectativas nossas, conscientes ou inconscientes. Mas, o que, neste caso, constitui o ponto de partida de nosso trabalho científi co é não tanto a pura e simples observação, porém, mais adequadamente, uma observação que desempenha um papel particular, isto é, uma observação que cria um problema.
Karl R.Popper, Lógica das Ciências Sociais , Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro,
1978,p.15